(Essa eu escrevi no colégio, sempre dedicado a tirar sarro com as sopas de letrinhas da gramática).
No Pronto-Socorro:
- Doutor, temos que aplicar logo uma sinestesia no pobre coitado!
- Não podemos, ele pode estar infectado com metáfora.
- Mas Doutor, o paciente tem pleonasmos constantes, está entrando em estado de metonímia!
- Ora vamos, acalme-se. Eu sei ciente da condição, contudo ainda não fizemos os testes anti-tese, ele pode ter uma catacrese se receber a sinestesia.
- Claro Doutor, claro... preciso controlar meus nervos. Mas é tão difícil... vejo todo esse sangue espalhado e quase sofro um ataque de eufemismo.
- Tudo bem, já passou. Aliás, não se esqueça que quem está tendo o surto de silepsia é o paciente, não você. O pobre coitado está cacofônico, com sintomas de total aliteração!
Porém, era tarde para qualquer ação. Hipérbato Linhares, pai amoroso de quatro filhos e uma vírgula, não resistiu ao ataque siléptico. Estava encerrada a hipérbole de sua vida e iniciada sua eterna prosopopéia no além.
Sua última palavra? Uma onomatopéia.
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