Não quero mais escrever poesia
Não quero mais escrever poesia.
A risada não se explica
O sorriso não pede expressão
A luz, que aquece mesmo as madrugadas
é sentida na pele, e a pele, no toque
e o toque, em vão.
Em vão?
Jamais!
Aqui fico com o poeta:
porque a vida só se dá a quem a ela se deu
E a escrita, pois?
A escrita está cá para quem dela precisa
Amiga fiel, das horas tristes,
exprime o sentido da confusão,
Ou o que foi, só, sentido.
Não, a risada não quer palavras.
Mas a risada, amiga alegre,
é instável, fugidia
Desaparece no mesmo raio em que veio
E eu, que não mais quero,
Fico cá a escrever poesia.
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