Não pretendo dar qualquer ordem às publicações, seja temática ou cronológica, mas, só por questão de curiosidade, começo com um poema escrito em março deste ano, "As horas esquecidas".
As horas esquecidas
Mesmo na espera, há beleza.
Mesmo nos braços cruzados, há paixão.
Não contamos dessa vida a metade
Ainda que sem relato, lá estava
Escondido entre a grita e o silêncio, o amante.
Não há declarações,
Explosões ou grandes momentos
Sem o calar das horas passadas.
Não há tortura,
Tristeza ou sorriso redentor,
Sem o tédio ocasional,
Sem as casas abandonadas do dia.
O tempo morto, esquecido
Que nem por isso é dor,
Mas feito elo,
É, por si, só, alegria.
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